O desejo em várias claves. ‘’A morte de Isolda’’
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0219_06Palavras-chave:
Música, Mito, Correlações intersemióticas Amor fatalResumo
O poema A morte de Isolda combina a sonoridade e o poético e articula polifonicamente o mito genesíaco do conhecimento, o mito medieval do amor-paixão, o drama lírico de Wagner de modo a evidenciar oposições primárias: vida e morte, matéria e espírito, obediência e transgressão, céu e terra. A derradeira ária da ópera Tristan und Isolde apresenta um libreto redundante que serve de substrato ao poema de Jorge de Sena, este que é um produto da escuta inteligente de seu autor, capaz de recriar a música em outra linguagem. Assim o trítono que dá início à ópera, inaugurando-lhe o tema condutor, é reproduzido na primeira imagem do poema , acompanhando-o de estrofe a estrofe. O poema é lido como são lidos os mitos e a música, na horizontalidade melódica e na verticalidade dos acordes e arpejos, a fim de evidenciar o processo atrativo que torna a linguagem erótica e o poema herético
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