António Patrício: A versão demoníaca de Eros

Autores

  • Teresa Cerdeira

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0219_17

Palavras-chave:

António Patrício, teatro português, erotismo, morte

Resumo

Na esteira baudelairiana das Fleurs du mal, a literatura finissecular incorporou ao ethos do erotismo uma versão demoníaca de afrontamento da divindade. António Patrício se situa no limiar da presença de Deus e do seu enfrentamento, que é o outro lado possível da sedução. Em D. João e a máscara, esse enfrentamento se cumpre através da relação íntima entre morte e erotismo. Desejar o eterno é ansiar pelo divino, de modo que, paradoxalmente, o desejo de ser como Deus se reveste do desejo de atingir o absoluto, o que na escala humana só se consegue com a morte: “Bem nossa, só a morte”.

Referências

Bataille, G. (1978). Les larmes d’Éros. 10/18. Paris

Flaubert, G. (1994). Trois contes. PUF. Paris

Patrício, A. (1982). Teatro completo. Assírio & Alvim. Lisboa

Shakespeare, W. (1992). Richard III. Wordsworth. Londres

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Publicado

17-12-2019