À mesa com Camilo Castelo Branco: a gastronomia como instrumento de identificação social em «O santo da montanha»

Autores

  • Maria Antonietta Rossi DISTU, Università degli Studi della Tuscia

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0220_06

Palavras-chave:

Alimentação;, Camilo Castelo Branco;, Narratologia;, O Santo da Montanha

Resumo

O presente trabalho visa analisar o emprego da comida e das principais refeições – almoços e jantares – na novela histórica O Santo da Montanha, editada em 1866, de Camilo Castelo Branco, prolífico autor português pertencente à chamada segunda geração romântica, como instrumento narrativo para relevar os paradigmas sociais da antiga classe fidalga do século XIX em fase de decadência paralelamente à ascendência da burguesia.

Referências

Fontes

Braga, I. D. (coord.) (2017). Primeiro livro de cozinha: Arte de cozinha. Em: J. E. Franco e C. Fiolhais (dir.). Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa. Vol. 29. Círculo de Leitores. Lisboa

Castelo Branco, C. (1866). O santo da montanha. Livraria de Campos Junior. Lisboa

Rodrigues, D. (1680). Arte de cozinha. João Galvão. Lisboa

Roquette, J. I. (1875). Codigo do bom tom ou regras de civilidade e de bem viver no XIXº século. J. P. Aillaud. Paris

Estudos

Amon, D. e Menasche R. (2008). Comida como narrativa da memória social. Sociedade e cultura, 1: 13-21

Braga, I. D. (2008). As cristãs novas e as práticas e interditos alimentares judaicos no Portugal moderno. Caderno Espaço Feminino, 2: 31-56

Braga, I. D. (2011). Lisboa e Rio de Janeiro: Práticas alimentares e sociabilidade à mesa. Em: A. L. de Faria e M. A. Amorim (eds.). O reino sem corte. A vida em Portugal com a Corte no Brasil (1807-1821). Tribuna da História. Parede: pp. 153-180

Braga, I. D. (2014). Da dietética à gastronomia regional portuguesa: um estudo de caso. ArtCultura, 28: 129-142

Braga, I. D. (2015). A mesa conventual e os sabores da América. Em C. G. Ribeiro e C. Soares (eds.). Odisseia de sabores da Lusofonia. Universidade de Coimbra. Coimbra: pp. 169-182

Braga, T. (1892). As modernas ideias na literatura portuguesa. Livraria internacional de E. Chardron, Lugan & Genelioux. Porto

Chaves, C. B. (1980). O romance histórico no romantismo português. ICALP. Lisboa

Coelho, J. D. P. (1981). Introdução ao Estudo da Novela Camiliana. (2.ª ed.). INCM. Lisboa

Fischler, C. (1988). Food, Self and Identity. Social Science Information, 27: 275-293

Fischler, C. (2011). Commensality, society and culture. Social Science Information, 50: 528-548

Goffman, E. (1967). Interactional rituals. Essays on the face-to-face behavior. Doubleday. New York

Lévi-Strauss, C. (1968). L’origine des manières de table. Plon. Paris

Lopes, O. (2007), Ensaios camilianos. Fundação Eng. António Almeida. Porto

Marques, A. H. O. (1977). História de Portugal. Palas Editores. Lisboa. 2 vol.

Marrone, G. (2017). Cibo e linguaggio, Traduzioni e Tradizioni In parole per mangiare. Discorsi e culture del cibo. Led. Milano

Meglio, L. (2012). Sociologia del cibo e dell’ali-mentazione. Un’introduzione. Franco Angelini. Milano

Moisés, M. e Amora, A. S. (1967). Presença da literatura portuguesa. III: Romantismo-Realismo. Difusão Européia do Livro. São Paulo

Monteiro, N. G. (1987). Notas sobre nobreza, fidalguia e titulares nos finais do Antigo Regime. Ler História, 10: 5-51

Monteiro, N. G. (1997). Elites locais e mobilidade social em Portugal nos finais do Antigo Regime. Análise Social, 2: 335-368

Moutinho, J. V. (2013). Camilo Castelo Branco e o garfo. Âncora Editora. Lisboa

Oliveira, J. M. R. (2019). Vivências de Camilo Castelo Branco a partir da sua correspondência. FLUP. Porto

Petrocchi, F. (2015). Il viaggio alle Antille di Leonello Fiumi: «Inghiottire» l’alterità. Em: E. De Luca (ed.). Parla come mangi. Lingua portoghese e cibo in contesto interculturale. Settecittà. Viterbo: pp. 219-230

Pimenta, C. (2017), O processo de escrita camiliano em Novelas do Minho. Camilo. O Homem, o Génio e o Tempo. Actas do I Congresso Internacional. Orfeu, Livraria Portuguesa e Galega. Bruxelas: pp. 133-142

Poulain, J. P. (2002). Manger aujourd’hui. Attitudes, normes et pratiques. Editions Privat. Paris

Queiroga, E. S. (2015). Os gestos e os paladares da mesa camiliana. Dissertação de Mestrado em Estudos do Património. Universidade Aberta. Lisboa

Reis, C. e Pires, M. N. (1999). História Crítica da Literatura Portuguesa. Vol. V: O Romantismo. Verbo. Lisboa, São Paulo

Rinaldi, S. (2015). Il linguaggio visivo delle tavole imbandite nei trattati del Cinque-Seicento. Em: E. De Luca (eds.). Parla come mangi. Lingua portoghese e cibo in contesto interculturale. Settecittà. Viterbo: pp. 231-249

Sacks, H., E. Schegloff e Jefferson G. (1974). A simplest systematics for the organization of turn-taking for conversation. Language,50: 696-735

Samyn, H. M. (2014). Dietética e estética no romantismo português: subsídios para uma leitura feminista. Revista do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da UFF, 12: 67-78

Saraiva, A. J. e Lopes, O. (1996). História da Literatura Portuguesa. (17.ª ed.). Porto Editora. Porto

Schegloff, E. 1992. Repair after next turn: The last structurally provided defense of intersubjectivity in conversation. American Journal of Sociology, 98: 1295-1345

Sobral Neto, M. (2007). Propriedade e renda fundiária em Portugal na idade moderna. Em: M. M. M, Motta (eds.). Terras lusas: a questão agrária em Portugal. Editora da Universidade Federal Fluminense. Niterói: pp. 13-30

Strong, R. (2004). Banquete: uma história ilustrada da culinária, dos costumes e da fartura à mesa. (Trad. de S. G. Paula). Jorge Zahar Ed. Rio de Janeiro

Sousa, S. G. (2009). A origem do desejo n'O santo da montanha de Camilo Castelo Branco. Revista do CESP, 42: 231-256

Torgal, G. J. S. R. (1994). Subsídios Camilianos para o estudo etno-sociológico e linguístico da cozinha tradicional portuguesa: a mesa no século XIX. Actas Congresso Internacional de Estudos Camilianos. Comissão Nacional das Comemorações Nacional. Coimbra: pp. 607-619

Vasconcelos, F. (2004). Alterações na nobreza no último século da monarquia. Em: B. D. Soares (org.). Grupos sociais e estratificação social em Portugal no século XIX. CEHCP-ISCTE. Lisboa: pp. 99-106

Downloads

Publicado

23-12-2020

Edição

Secção

Dossiê Temático