Feridas coloniais: Uma discussão sobre a escrita literária coletiva como reparação pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0124_182-196Palavras-chave:
Memória, Resistência, Rasura, Cosmopolitismo DecolonialResumo
O artigo analisa textos de autoria de mulheres afrodescendentes, publicados nas antologias coletivas Djidiu: A herança do ouvido (2017) e Volta para a tua terra (2021, 2022), para argumentar que: (1) ao lutar contra o «deslocamento» como experiência coletiva, a escrita coletiva participa de um processo de reparação coletivo transnacional para descolonizar formas persistentes de colonialidade de poder e de estar no espaço luso-afro-brasileiro (Mignolo, 2017); (2) elas inscrevem o direito à subjetividade da mulher negra, reescrevendo ativamente narrativas sobre pertença/não-pertença a uma sociedade cujas estruturas têm historicamente sublimado a sua intrínseca pluralidade.
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