A religião em Gilberto Freyre — Sincretismo e a civilização «cristocêntrica»

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0124_138-155

Palavras-chave:

Cristianismo, Sincretismo, Modernidade, Gilberto Freyre

Resumo

Neste artigo procuro dialogar com a tese da modernidade alternativa no trabalho de Freyre a partir de uma dimensão menos explorada: a religiosa. Recorrendo a textos e a excertos explicitamente problematizadores do papel da religião na formação social do Brasil, mostro como podemos ler esta modernidade alternativa à luz de uma «religiosidade alternativa». Discute-se que esta deve ser entendida como refratada pelo cristianismo — de um tipo específico — e que este último assume um papel fundamental na produção cultural do hibridismo. Esta combinação possui o seu núcleo ético, que nos permite compreender o sentido utópico de algumas teses de Freyre. Sentido esse que não é dissociável de uma muito particular tentativa de «invenção» da identidade nacional. 

Referências

Bastide, R. (1958). As religiões africanas no Brasil: Contribuição a uma sociologia das interpretações das civilizações. Livraria Pioneira Ed. São Paulo;

Bastos, E. R. (1998). O iberismo na obra de Gilberto Freyre. Revista USP, 38: 48-57;

Bastos, E. R. (2006). As criaturas de Prometeu: Gilberto Freyre e a formação da sociedade brasileira. Global Editora. São Paulo;

Braga, T. (1891). Camões e o sentimento nacional. Lugan & Genelioux. Porto;

Cardoso, F. H. (2013). Pensadores que inventaram o Brasil. Companhia das Letras. São Paulo;

Freyre, G. (1945). Brazil: An interpretation. Alfred A. Knopf. New York;

Freyre, G. (1953). Aventura e rotina. Ed. José Olympio. Rio de Janeiro;

Freyre, G. (1959). A propósito de frades. Livraria Progresso Editora. Salvador;

Freyre, G. (1960). Em torno de alguns túmulos afro-cristãos de uma área africana contagiada pela cultura brasileira: Moçamedes. Livraria Progresso Editora. Bahia;

Freyre, G. (1962). Homem, cultura e trópico. Universidade de Recife/Imprensa Universitária. Recife;

Freyre, G. (1984). Camões: Vocação de antropólogo moderno? Conselho da Comunidade Portuguesa do Estado de São Paulo. São Paulo;

Freyre, G. (2003). Casa grande & senzala. (48.ª ed.). Global Editora. São Paulo;

Freyre, G. (2004). Sobrados e mucambos. (15.ª ed.). Global Editora. São Paulo;

Freyre, G. (2013). Ordem e progresso. Global Editora. São Paulo;

Höffner, J. (1977). Colonização e Evangelho: Ética da colonização espanhola no Século de Ouro. Presença. Rio de Janeiro;

Magnoli, D. (2009). Uma gota de sangue. História do pensamento racial. Manifesto. São Paulo;

Martins, O. (1987). História da civilização ibérica. Círculo de Leitores. Lisboa;

Mello, E. C. (1989). O nome e o sangue. Companhia das Letras. São Paulo;

Neto, F. L. (2020). Power and culture. The cultural foundations of Brazilian sociology. Cultural Sociology, 14, 1: 3-21;

Pascoaes, T. de (2007[1915]). A arte de ser português. Biblioteca Editores Independentes. Lisboa;

Pinto, J. A. da C. (2009). Gilberto Freyre e a intelligentzia salazarista em defesa do império colonial português (1961-1974). História, 28, 1: 445-482;

Pires, M. I. da C. (1990). Guerra dos bárbaros: Resistência indígena e conflitos no Nordeste colonial. Fundarpe. Recife;

Puntoni, P. (2000). A guerra dos bárbaros: Povos indígenas e a colonização do sertão norte do Brasil, 1650-1720. Hucitec/Edusp. São Paulo;

Quintas, F. (2000). O cristianismo lírico de Gilberto Freyre. Cadernos de Estudos Sociais, 16, 2: 277-299;

Ribeiro, D. (1995). O povo brasileiro. A formação e o sentido do Brasil. Companhia das Letras. São Paulo;

Silva, V. T. (2012). A modernidade nos trópicos: Gilberto Freyre e os debates em torno do nacional. Ed. Carpe Diem. São Paulo;

Tavolaro, S. B. F. (2013). Gilberto Freyre e nossa «modernidade tropical»: Entre a originalidade e o desvio. Sociologias, 15, 33: 282-317;

Unamuno, M. (2001). Del sentimiento trágico de la vida. Biblioteca Unamuno, Alianza Editorial. Madrid.

Ghavya, H. (2021). Entre a acomodação e a intransigência: O Frei visto por Freyre. Dados Rev. Ciênc. Sociais, 64, 1:1-32. Acedido em 12 de junho de 2024, em: https://doi.org/10.1590/dados.2021.64.1.228;

Ferreira, G. N. (1996). A formação nacional em Buarque, Freyre e Viana. Lua Nova, 37. Acedido a 12 de junho de 2024, em: https://doi.org/10.1590/S0102-64451996000100012;

Tavolaro, S. B. F. (2017). Gilberto Freyre e o tempo-espaço brasileiro: Uma crítica ao cronótopo da modernidade. Sociedade e Estado, 32, 2. Acedido em 12 de junho de 2024, em: doi.org/10.1590/s0102-69922017.3202007.

Downloads

Publicado

31-07-2024

Edição

Secção

Artigos Multitemáticos