Modernidade e ascese. Nietzsche e Weber, leitores da Reforma
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0124_24-41Palavras-chave:
Renascimento, Protestantismmo, Secularização, NiilismoResumo
Em diferentes partes da sua obra, Friedrich Nietzsche ataca frontalmente a tradição luterana alemã, polemizando com os «ideais ascéticos» antimodernos e antirrenascentistas, por ela levados no coração da modernidade, até provocar a sua decadência. No seguimento de Nietzsche, analisando os processos de secularização da modernidade, Max Weber destaca a ligação entre a ascese protestante, baseada na justificação através da fé e na noção de Beruf, o nascimento do individualismo capitalista ocidental e a mecânica burocrática dos Estados modernos. Colocando as abordagens destes dois autores no quadro do debate sobre a secularização e a teologia política da modernidade, este ensaio procura focar a importância das «técnicas de vida» e da ascese como instrumentos de transformação das condutas, assim como o papel que esta transformação tem para a compreensão da modernidade pós-luterana, e, por fim, a aposta teológico-política do confronto atual entre o ecumenismo espiritual das igrejas cristãs e o niilismo governamental da «gaiola de aço» globalizada.
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