«O mundo está cheio de silêncios cúmplices»: O cronista Lourenço Diaféria e o movimento da não-violência-ativa
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0125_58-69Palavras-chave:
Crônica jornalística, Movimento da não-violência-ativa, Ditadura militar brasileira, Esquerda católicaResumo
Lourenço Diaféria foi um reconhecido cronista de São Paulo nos anos da ditadura militar brasileira. Participou do Secretariado Nacional Justiça e Não-Violência, grupo que reunia representantes de trabalhadores(as) e da esquerda católica, que tinha como método a não-violência-ativa. Se em seus textos já eram recorrentes a crítica social e a presença de pessoas comuns, de forma mais humanizada do que nas notícias, a partir da inserção no grupo, suas inquietações e a atenção aos direitos humanos ganharam ênfase no conteúdo e no papel da literatura que elaborava. Dessa forma, partindo da compreensão de que autor e literatura estão vinculados à realidade, sendo modificados e agindo sobre a sociedade, abordamos neste artigo a atuação e as intersecções de Diaféria como cronista de jornal e participante do movimento da não-violência-ativa.
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