Apresentação
Resumo
Desde meados do século XX, as investigações literárias passaram a se orientar por critérios relacionados à materialidade, produção e circulação dos textos, levando em conta os gêneros a que se filiam, as circunstâncias de escrita, os estilos de elocução e a audiência (mais ou menos heterogênea), constituída por leitores discretos ou vulgares; cortesãos ou burgueses, etc. Sob essa perspectiva, categorias um tanto congeladas, como «autor», «obra» e «público», assim como as noções de história e literatura, são construtos datados, multifacetados. Para manuseá-los é preciso desnaturalizar o sistema hegeliano, que emprega termos como «evolução» e «progresso» para dividir e dispor os movimentos artísticos em sucessões homogêneas, que nasceriam de rupturas e, supostamente, não dialogariam entre si.
Os textos aqui reunidos trazem em comum um quesito fundamental, que consiste em estimular o diálogo entre a literatura, a história e outras artes. Dado o caráter interdisciplinar deles, o leitor perceberá que os artigos discorrem sobre códigos artísticos; discutem conceitos; resgatam expedientes retóricos e poéticos; problematizam os gêneros literários e iconográficos, etc., sem negligenciar as sutilezas políticas, teológicas, estilísticas e institucionais subjacentes à recepção crítica do que se produziu em outros tempos e lugares.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2022 Cleber Felipe, Jean Pierre Chauvin, Marcelo Lachat
Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.
Os autores conservam os direitos de autor e concedem à revista o direito de publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação nesta revista.