Considerações sobre o gênero da primeira parte do «Compêndio Narrativo do Peregrino da América» (1728)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0122_68-83

Palavras-chave:

Século XVIII, Peregrino da América, gênero retórico-poético, história fingida

Resumo

Este trabalho discute o gênero da primeira parte do Compêndio Narrativo do Peregrino da América (1728), de Nuno Marques Pereira. Com base nos indícios que se encontram nessa obra de ficção em prosa do século xviii, propõe-se que ela consiste em uma «história fingida», conforme a concepção desse gênero de história que se esboça no diálogo i de Corte na Aldeia (1619), de Francisco Rodrigues Lobo. Não tendo a pretensão de definir tal gênero (ou espécie), este artigo apresenta considerações que visam a contribuir para uma leitura crítica do Peregrino da América adequada às letras portuguesas e luso-brasileiras da primeira metade do Setecentos.

Referências

Impressa

Aristóteles (2005). Retórica. (2.ª ed.). (Trad. e notas de Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena). (Prefácio e introdução de Manuel Alexandre Júnior). Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa

Aristóteles (2008). Poética. (8.ª ed.). (Trad., prefácio, introdução, comentário e apêndices de Eudoro de Sousa). Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Lisboa

Augusto, S. (1995). O Compêndio Narrativo do Peregrino da América, de Nuno Marques Pereira. Dos maus caminhos da terra aos bons caminhos do céu. Dissertação de Mestrado em Literatura Brasileira. Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa. Lisboa. 268 pp.

Augusto, S. (1997). Compêndio Narrativo do Peregrino da América: narrativa de viagens. Em: A. M. Falcão et al. (eds.). Literatura de Viagem: narrativa, história, mito. Cosmos. Lisboa

Bluteau, R. (1716). Vocabulario Portuguez, & Latino. Na Oficina de Pascoal da Sylva. Lisboa. Vol. 5

Bluteau, R. (1720). Vocabulario Portuguez, & Latino. Na Oficina de Pascoal da Sylva. Lisboa. Vol. 6

Cícero, M. T. (1939). Brutus. Orator. (Translated by G. L. Hendrickson, H. M. Hubbell). Harvard University Press. Cambridge

Cícero, M. T. (1949). On Invention. The Best Kind of Orator. Topics. (Translated by H. M. Hubbell). Harvard University Press. Cambridge

Filho, J. A. (2013). Combate ao Mundo e Conquista do Paraíso: Ficção e Alegoria no Compêndio Narrativo do Peregrino da América. Tese de Doutoramento em Teoria e História Literária. Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 270 pp.

Hartog, F. (2001). A história de Homero a Santo Agostinho. (Trad. de Jacyntho Lins Brandão). Editora da UFMG. Belo Horizonte

Holanda, S. B. (2000). Visão do Paraíso: os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil. Brasiliense, Publifolha. São Paulo

Houaiss, A. e Villar, M. S. (2009). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Objetiva. Rio de Janeiro

Koselleck, R. (2006). Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. (Trad. de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira; revisão de César Benjamin). Contra-ponto; Ed. Puc-Rio. Rio de Janeiro

Lobo, F. R. (1959). Corte na Aldeia e Noites de Inverno. (Prefácio e notas de Afonso Lopes Vieira). (2.ª ed.). Sá da Costa. Lisboa

Massimi, M. (2012). A novela História do Predestinado Peregrino e de seu Irmão Precito (1682): compêndio dos saberes antropológicos e psicológicos dos jesuítas no Brasil colonial. Edições Loyola. São Paulo

Machado, D. B. (1752). Bibliotheca Lusitana. Na Oficina de Ignacio Rodrigues. Lisboa. T. III

Moisés, M. (1990). História da Literatura Brasileira. (3.ª ed). Cultrix. São Paulo

Moreira, M. M. D. P. R. (2006). A Novela Alegórica em Português dos Séculos XVII e XVIII. O Belo ao serviço do Bem. Tese de Doutoramento em Ciências da Literatura (Literatura Portuguesa). Instituto de Letras e Ciências Humanas, Universidade do Minho, Braga. Vol. I. 422 pp.

Muhana, A. (1997). A epopeia em prosa seiscentista: uma definição de gênero. Fundação Editora da UNESP. São Paulo

Pereira, N. M. (1728). Compendio Narrativo do Peregrino da América. Na Oficina de Manoel Fernandes da Costa. Lisboa

Pereira, N. M. (1939). Compêndio Narrativo do Peregrino da América. (Notas e estudos de Varnhagen, Leite de Vasconcelos, Afrânio Peixoto, Rodolfo Garcia e Pedro Calmon). Publicações da Academia Brasileira. Rio de Janeiro. 2 vols.

Pinciano, A. L. (1998). Philosophía Antigua Poética. Biblioteca Castro. Madrid

Pinto, R. G. O. (2015). Doutrina do misto e anatomia do monstro: usos da retórica de Hermógenes entre os séculos XVI e XVIII. Tese de Doutoramento em Literatura Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 335 pp.

Scatolin, A. (2009). A invenção no Do orador de Cícero: um estudo à luz de Ad Familiares I, 9, 23. Tese de Doutoramento em Letras Clássicas. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 308 pp.

Digital

De Martini, M. (2019). O que a “primeira novela brasileira” pode nos dizer sobre o papel das letras coloniais no estudo de literatura? Revista USP, 121:79-94. Acedido em 10 de abril de 2021, em: https://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/157775/153030

Hansen, J. A. (2014). Sobre a écfrase do capítulo 24 do 1.º livro do Compêndio Narrativo do Peregrino da América. Letras Clássicas, 18 (1): 73-84. Acedido em 10 de abril de 2021, em: https://www.revistas.usp.br/letrasclassicas/article/view/118455/115984

Downloads

Publicado

30-06-2022