Aluísio Azevedo e Portugal: uma ambígua relação
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0120_09Palavras-chave:
Eça de Queirós, Ramalho Ortigão, Maria Amália Vaz de Carvalho, NaturalismoResumo
A leitura dos romances de Aluísio Azevedo levou muitos críticos a considerarem que o romancista brasileiro tinha um viés antilusitano muito acentuado. O presente estudo procura corrigir essa avaliação, a partir da observação da biografia do escritor maranhense (1857-1913). Filho de pais portugueses, viveu infância e adolescência numa sociedade patriarcal e escravocrata, dominada pelos comerciantes portugueses, luso-brasileiros e pela oligarquia rural e a Igreja ultramontana. Autodidata, porém educado no seio de uma família culta, pode completar sua formação no Rio de Janeiro, como jornalista e caricaturista, antes de se afirmar como escritor. Foi muito influenciado por intelectuais e escritores portugueses, como Ramalho Ortigão, Eça de Queirós, Maria Amália Vaz de Carvalho e pelo caricaturista Bordalo Pinheiro, com quem conviveu no Rio de Janeiro e com quem manteria relações de amizade a vida inteira. No Rio de Janeiro, o autor participou de forma ativa na promoção da obra de Eça de Queirós, antes de se afirmar como o promotor do Naturalismo no Brasil. Durante dez anos, Azevedo foi, ao lado de Ferreira de Araújo e Machado de Assis, um dos principais militantes em prol da assinatura de um acordo luso-brasileiro de direitos autorais que garantisse igualdade e reciprocidade entre autores brasileiros e portugueses. Assim, as cartas enviadas aos amigos e citadas no presente artigo vêm desmentir as acusações de antilusitanista do autor de O Mulato, Casa de Pensão e O Cortiço.
Referências
ABRANCHES, Dunshee (1941). O cativeiro. Livro de memórias. s.n. Rio de Janeiro
ARANHA, Graça (1931). O meu próprio romance. Companhia Editora Nacional. São Paulo
AZEVEDO, A. (1938). O Touro negro (contos, crônicas e cartas). Breguiet. Rio de Janeiro
BONFIM, Manuel (1993 [1905]). América latina, males de origem. Topbooks. Rio de Janeiro
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