Editorial

Resumo

Se a modernidade é marcada pela crise a todos os níveis, incluindo o das identidades, crise especialmente perscrutada desde as guerras mundiais, a atualidade veio, agora, repor a problemática da guerra e da emergência dos radicalismos que, anunciando despotismos políticos, chegam a beirar o terrorismo. É, pois, oportuno revisitar o modo como a Literatura, em particular, e como a Arte, em geral, se têm relacionado com esses fenómenos, em especial, com o do exercício autoritário do poder: na sua inscrição cultural, como os refere, clara ou dissimuladamente, denunciando ou compactuando, revolucionando, representando, (contra)propondo… Daí o dossiê deste nono numero, «Representações do autoritarismo na literatura portuguesa e brasileira», coordenado e apresentado por Annabela Rita e Zuzana Burianová, dedicado ao tema nas literaturas lusófonas.