Marquês de Pombal, arauto do Segundo Império (brasileiro)?
DOI:
https://doi.org/10.53943/ELCV.0120_12Palavras-chave:
Historiografia; Marquês de Pombal; História do Brasil.Resumo
Ao longo do século XIX, a quase totalidade dos manuais dedicados à História do Brasil auxiliou a construir, disseminar e sedimentar uma imagem francamente positiva e modernizadora de Sebastião José de Carvalho e Melo, supervalorizando os «acertos» e minorando os «excessos» praticados, ou atribuídos, ao Ministro de D. José I. Neste artigo, analisa-se de que modo a controversa figura de Pombal passou a ser incorporada à historiografia oficial da Nação brasileira, a partir de pressupostos ideológicos acordados pelos sócios-fundadores do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (desde o final da década de 1830), sob a proteção e patrocínio do imperador D. Pedro II. A validação do Conde de Oeiras, especialmente nos materiais didáticos, obedecia a uma concepção teleológica de fazer história no Brasil. Por sinal, esse método persiste em diversos autores de nosso tempo, apesar das descobertas registradas pela historiografia, ao longo dos séculos XX e XXI.
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