Extremismos e intolerância: Uma lição não aprendida

Autores

  • Jussara Gatto Regalla Centro de Estudos Globais da Universidade Aberta

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0125_146-162

Palavras-chave:

Totalitarismo, Psicologia das massas, Culto do Chefe, Intolerância

Resumo

Com a preocupação de não se poder tratar os fenômenos totalitários, tais como os fascismos e o estalinismo, como movimentos mortos ou como acontecimentos históricos aprisionados no passado, pode-se constatar que eles ressurgem como uma possibilidade da moderna sociedade de massas, enquanto modelo de reação ao momento político e social mundial da atualidade. O que se pretende destacar é a capacidade de atração dessas ideias extremistas lideradas por um chefe e um discurso carismático, a sua capacidade de oferecer segurança e refúgio, propondo um futuro virtuoso, superando o estranhamento, o mal-estar do homem comum ante uma sociedade que condena o indivíduo ao sucesso ou ao fracasso, e o motivo pelo qual as massas se deixam deslumbrar politicamente e se tornam receptivas ao embotamento. Sob essa ótica, o presente estudo se apresenta como uma tentativa de analisar as condições encontradas na civilização do século xx que propiciaram esses movimentos, como um mecanismo de defesa diante da crise e do desconforto, e a possibilidade de seu ressurgimento através dos neofascismos, no fundamentalismo islâmico e nos atuais sentimentos racistas anti-imigrantes. 

Referências

Impressa

Arendt, H. (1983). Livro: Eichmann em Jerusalém. Companhia das Letras. São Paulo;

Bertonha, J. F. (1999). Daniel Jonah Goldhagen. Os carrascos voluntários de Hitler. O povo alemão e o Holocausto [recensão]. Revista Brasileira de História, 19: 321-327;

Browning, C. (1992). Ordinary men: Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland. Penguin Books Ltd. London;

De Decca, E. (2004). O Brasil que Getúlio sonhou. História Viva — Grandes Temas (Getúlio Vargas), 4;

Ferro, M. (2017). A cegueira — Uma outra história do nosso mundo. (1.ª ed.). Cavalo de Ferro. Lisboa;

Fest, J. (2017). Hitler. Nova Fronteira. Rio de Janeiro;

Filho, D. A. R., Ferreira, J. e Zenha, C. (org.) (2000). O século xx. O tempo das crises — Coleção História. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro. Vol. 2;

Fitzpatrick, S. (2015). On Stalin’s team: The years of living dangerously in Soviet politics. (3.a ed.). Princeton University Press. Princeton. Vol. 22;

Freud, S. (1978). O mal-estar na civilização. Abril Cultural.

Kershaw, I. (1993). Hitler. Um perfil do poder. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro;

Lenharo, A. (2003). Nazismo, O triunfo da vontade. (6.ª ed.). Ática. São Paulo;

Oliveira, D. D. M. e Cruz, M. H. S. (1970). Sobre a psicologia de massas do fascismo de W. Reich. Revista Psicologia e Saúde, 1, 1: 70-76;

Riefenstahl, L. (dir.) (1935). O triunfo da vontade [original: Triumph des Willens]. Universum Film AG;

Salem, H. (2003). As tribos do mal: O neonazismo no Brasil e no mundo. Atual. São Paulo;

Teixeira da Silva, F. C. (org.) (2004). Enciclopédia de guerras e revoluções do século xx: As grandes transformações do mundo contemperâneo. Elsevier-Campus Editora. São Paulo;

Wilhelm, R. (2001). Psicologia de massas do fascismo. (3.ª ed.). Martins Fontes. São Paulo.

Digital

Adler, K. (2023, 3 de julho). O rápido avanço dos partidos de direita radical pela Europa. BBC News — Brasil. Acedido em 25 de maio de 2025, em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gm0pj2ykgo;

Cohen, Y. (2015). Por que chamar o século xx de o «século dos chefes»? [versão eletrónica] Sociologia & Antropologia, 5, 3: 963-981. Acedido em 28 de maior de 2025, em: https://www.scielo.br/j/sant/a/jfnSZFhmGbq3Dym6qVKp4LQ/?lang=pt;

Edwards, C. (2023, 22 de julho). Análise: Por que os partidos de extrema direita estão em marcha pela Europa? CNN Brasil. Acedido em 25 de maio de 2025, em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/por-que-os-partidos-de-extrema-direita-estao-em-marcha-pela-europa;

Falbo, G. (2005). Considerações sobre o mal-estar na civilização. Em: Bernardes, A. (org). 10 x Freud. Azougue/Lapso. Rio de Janeiro/Niterói. Acedido em 25 de maio de 2025, em: https://slab.uff.br/wp-content/uploads/sites/101/2020/01/Texto_Gizelle_Falbo_selecao2020.pdf;

Kershaw, I. (2011, 23 de fevereiro). Ghosts of fascists past. History News Network. Acedido em 25 de maio de 2025, em: https://historynewsnetwork.org/article/136936.

Downloads

Publicado

30-06-2025

Edição

Secção

Artigos Multitemáticos