A constituição do si de acordo com o segundo discurso de Sócrates no «Fedro»

Autores

  • Samuel José Oliveira CLEPUL

DOI:

https://doi.org/10.53943/ELCV.0220_10

Palavras-chave:

Ψυχή, mistura, «lugar supraceleste», «ἀλήθεια x λήθη»

Resumo

Este artigo considera o Fedro, 246css. e a caracterização que faz da psuque humana com base na imagem de um auriga e dois cavalos. Procura perceber o sentido e as implicações desta imagem, a função de cada um dos seus elementos e a relação entre eles, mas também todo um conjunto de noções a que tal imagem aparece associada: as noções de asa, tensão, «lugar supraceleste», peso, confusão, conflito, queda. Neste contexto, o Fedro acentua que cada psuque humana tende de raiz para algo superlativo, inexcedível (ou para o que se designa como «uperouránios tópos» sc. «aletheías pedíon»); mas acentua igualmente que essa tensão está obstaculizada pelo oposto, i.e., por  léthe - e, na verdade, por uma grande multiplicidade de fatores de léthe. Assim, as análises do Fedro acabam por mostrar que a psuque humana está intrinsecamente marcada pela mistura - ao mesmo tempo constante e variável - entre alétheia e léthe.

Referências

Ademollo, F. (1997). La scelta della vita nel Fedro di Platone. Elenchos, 18: 107-119

Asmis, E. (1986). Psychagogia in Plato’s Phaedrus. Illinois Classical Studies, 11: 153-172

Belfiore, E. (2006). Dancing with the gods: The myth of the chariot in Plato’s Phaedrus. American Journal of Philology, 127: 185-217

Bett, R. (1986). Immortality and the nature of the soul in the Phaedrus. Phronesis, 31: 1-26

Buccioni, E. (2002). The psychical forces in Plato’s Phaedrus. British Journal for the History of Philosophy, 10: 331-357

Burnet, J. (1967). Platonis opera. Clarendon Press. Oxford. Vol. 2

Carvalho, M. J. (2013). Eros and Pteros. Em: CARVALHO, M.J., CAEIRO, A.C. e TELO, H. (eds.). In the Mirror of the Phaedrus. Academia Verlag. Sankt Augustin

Courcelle, P. (1966a). Le corps-tombeau. Platon, Gorgias, 493a, Cratyle, 400c, Phèdre, 250c. Revue des Études Anciennes, 68: 101-122

Courcelle, P. (1969). La plaine de verité: Platon Phèdre 248b. Museum Helveticum: Schweizerische Zeitschrift für klassische Altertumswis-senschaft. 26: 199-203

De Vries, G. J. (1969). A commentary on the Phaedrus of Plato. Adolf M. Hakkert. Amsterdam

Dyson, M. (1982). Zeus and philosophy in the myth of Plato’s Phaedrus. Classical Quarterly, 32: 307-311

Fermani, A. (2001). Viaggi attraverso il cielo: Tra visioni divine e umane vicissitudini (Fedro, 246a-256e). Quaderni Bombesi, 1: 47-84

Friedrich, S. (1976). Beyond the heavens. Museum Helveticum: Schweizerische Zeitschrift für klassische Altertumswissenschaft, 33: 24-32

González, F. J. (1987). Psique e eros en el Fedro. Em: L. C. Eggers (ed.). Platón: los diálogos tardíos. Actas del Symposium Platonicum. Universidad Nacional Autónoma de México. México: pp. 139-150

Griswold, C. (1981). Self-Knowledge and the «idéa» of the soul in Plato’s «Phaedrus». Revue de Métaphysique et de Morale, 86: 477-494

Hackforth, R. (1952). Plato’s Phaedrus. Cambridge University Press. Cambridge

Heirsch, E. (1993). Platon: Phaidros. Vandenhoeck & Ruprecht. Göttingen

Holtermann, M. (1998). Die Suche nach der Struktur der Seele in Platons Phaidros. Em: M. Baumbach, H. Köhler e A. M. Ritter (eds.). Mousopolos Stephanos: Festschrift für Herwig Gör-gemanns. Winter. Heidelberg

Mcgibbon, D. D. (1964). The fall of the soul in Plato’s Phaedrus. The Classical Quarterly, 14: 56-63

Paisse, J.M. (1972). La métaphysique de l’âme humaine dans le «Phèdre» de Platon. Bulletin de l’ Association Guillaume Budé, 31: 469-478

Romilly, J. (1982). Les conflits de l’âme dans le Phédre de Platon. Wiener Studien, 16: 100-113

Rowe, C. J. (1988). Plato: Phaedrus. (2.ª ed.). Aris & Phillips. Warminster

Serranito, F. A. M. (2015). Lovers and madmen: The manía-phronein opposition in Plato’s Phaedrus. Tese de Doutoramento em Antropologia Filosófica. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa: 658 pp.

Simeone, M. (1982). La estructura del hombre en el Fedro platónico. Argos, 6: 31-44

Thompson, W. H. (1868). The Phaedrus of Plato: With english notes and dissertations. Whittaker & Co. London

Verdenius, W. J. (1955). Notes on Plato’s Phaedrus. Mnemosyne, 8: 265-289

Yunis, H. (2011). Plato: Phaedrus. Cambridge University Press. Cambridge

Downloads

Publicado

23-12-2020

Edição

Secção

Artigos Multitemáticos